Paraíba começa 2022 com só um açude sangrando; Boqueirão termina 2021 com 30% de volume

Por Vale do Piancó -PB em 01/01/2022 às 13:09:10
Outros 73 açudes têm a situação hídrica normal, com mais de 20% de volume; 25 estão em observação, com menos de 20% da capacidade; e 34 estão em situação crítica, com menos de 5%. Açude de Boqueirão em dezembro de 2021

Krys Carneiro/g1

A Paraíba começa o ano de 2022 com apenas dois açudes sangrando, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa). O açude de Pimenta, em São José de Caiana, no Sertão paraibano, tem capacidade para 255.744 metros cúbicos de água, e até este sábado (1º), possui um volume de 283.986 metros cúbicos, em média 111,04% do total.

Outro reservatório que também apresenta o mesmo cenário é o São José II, em Monteiro, na região do Cariri. O manancial tem capacidade para 1.311.540 metros cúbicos de água e atualmente apresenta um volume de 1.312.309 metros cúbicos, o que representa 100,06% do total.

Outros 73 açudes têm a situação hídrica considerada normal, com mais de 20% de volume; 25 estão em observação, com menos de 20% da capacidade; e mais 34 estão em situação crítica, com menos de 5% do volume total.

De acordo com a Aesa, os períodos chuvosos da Paraíba ocorrem geralmente no primeiro semestre do ano, dependendo da região. Segundo a previsão da entidade, o tempo para o primeiro trimestre de 2022 vai possibilitar chuvas dentro da normalidade.

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Também segundo a Aesa, no Litoral, a média histórica para o primeiro trimestre é 354 milímetros de chuva. No Brejo, 276 mm. O agreste deve ter 198 mm de chuva, o Cariri/Curimataú, 204 mm, o Sertão, 385 mm e o Alto Sertão 480 mm. Os meteorologistas do órgão consideram como faixa de normalidade uma variação de até 25%, para mais ou para menos, nestes valores.

Conforme o prognóstico, em janeiro começa a pré-estação chuvosa no semiárido paraibano, que compõem regiões como Alto Sertão, Sertão e parte do Cariri/Curimataú. Fevereiro e março já fazem parte do início do período mais chuvoso dessas regiões. As demais regiões do Estado (Litoral, Brejo e Agreste), ainda permanecem fora do seu período mais chuvoso, o qual concentra-se entre os meses de abril e julho.

Açude de Boqueirão perde 20% de volume em 2021, mais de 90 milhões de m³ de água

O açude Epitácio Pessoa, mais conhecido como Boqueirão – nome da cidade onde o reservatório está localizado -, perdeu ao longo do ano de 2021 cerca de 20% do volume hídrico e chegou ao fim do ano passado com apenas 30% da capacidade total.

Em janeiro de 2021, o manancial tinha 235.595.207 metros cúbicos de água. Em dezembro do mesmo ano, passou para 141.632.416, uma perda de mais de 90 milhões de metros cúbicos de água. Veja os dados por mês na tabela abaixo.

Volumes do açude de Boqueirão em cada mês de 2021

No fim do mês de agosto, as comportas do reservatório de Camalaú com destino ao açude Epitácio Pessoa, ambos localizados no Cariri da Paraíba. A finalidade da ação é repor o volume hídrico do manancial de Boqueirão, conforme informou o diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) de Boqueirão, Evandro Pereira.

Mesmo com essa medida, o açude de Boqueirão continuou perdendo volume. Por isso, até agora o manancial de Camalaú permanece com as comportas abertas.

O açude de Boqueirão, há mais de quatro anos, em abril de 2017, havia chegado a 3% do volume total, um dos índices mais baixos da história.

O manancial sangrou pela última vez em 2011 e já registrou, pelo menos, 18 sangrias. Elas foram notificadas nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986, 1989, 1999, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011.

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