Guedes diz não ter dúvida sobre recessão nos EUA e na Europa

Por Vale do Piancó -PB em 14/06/2022 às 14:26:09

Lucas Bombana
São Paulo, SP

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (14) que prevê uma recessão das grandes economias globais dos Estados Unidos e da Europa nos próximos meses, frente à combinação de uma persistente pressão inflacionária com o ciclo de alta dos juros, que deve causar impactos negativos no ritmo de atividade econômica nos mercados desenvolvidos.

Os choques de oferta nas cadeias produtivas globais causados nos últimos anos pela pandemia, e exacerbados mais recentemente pela Guerra da Ucrânia, foram citados pelo ministro entre as principais razões que explicam o quadro de estagflação projetado à frente.

"Não acho que vai melhorar tão cedo. Vai agravar bastante a situação da economia mundial", afirmou Guedes durante participação no evento Brasil Investment Forum, em São Paulo. "Não tenho a menor dúvida que vem recessão na Europa, nos Estados Unidos."

Neste cenário, ele disse que o Brasil pode ser beneficiado com a busca crescente dos países de forma geral por parceiros comerciais de maior proximidade geográfica, e que não representem um risco para os vizinhos, como a Rússia.

"Quem está perto e é amigo tanto da Europa, quanto da América, da China, da Rússia? O Brasil dança com todo mundo", afirmou o ministro, acrescentando que melhorias no quadro fiscal e tributário do país se fazem necessárias antes de uma abertura agressiva aos parceiros comerciais do exterior, de modo a tornar a indústria local mais competitiva para fazer frente ao aumento da concorrência.
"Somos liberais, mas não somos trouxas", disse o ministro.

CORTE DE TRIBUTO

Guedes afirmou também que reduções de tributos pelo governo dão margem para que preços não sejam reajustados a todo momento, mesmo que custos subam. Ele disse ainda que não há ideia de tabelamento de preços no governo.

Na última semana, o ministro da Economia e o presidente Jair Bolsonaro fizeram apelo a empresários para que comprimam margens de lucro neste ano com o objetivo de segurar a inflação.

"Aprovamos ontem no Senado a redução do ICMS, já tínhamos feito a redução do IPI. Quando você reduz o IPI e o ICMS, você está dando uma margem de folga, mesmo que os custos subam, para não ficar reajustando o preço toda hora, foi nesse sentido que eu falei, não tem nada a ver com tabelamento", afirmou. "Quem congelou preço no passado tem esse fantasma na cabeça pelo desastre que causou na economia."

Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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