Economia Solidária no Nordeste: movimentação econômica direto na base

A economia solidária tem ganhado cada vez mais espaço no Nordeste do Brasil, promovendo uma nova forma de desenvolvimento econômico baseada na inclusão social e na sustentabilidade.

Por Vale do Piancó -PB em 06/11/2024 às 09:34:26

A economia solidária tem ganhado cada vez mais espaço no Nordeste do Brasil, promovendo uma nova forma de desenvolvimento econômico baseada na inclusão social e na sustentabilidade.

Essa abordagem visa apoiar e fortalecer empreendimentos coletivos, promovendo a autogestão, a cooperação e o consumo consciente

Atualmente, políticas públicas e centros de comercialização de economia solidária estão se consolidando na região, contribuindo para a geração de renda e a valorização da cultura local.

O que é Economia Solidária?

Pode ser comsiderado um conjunto de atividades econômicas, que vão desde a produção, passando pela distribuição, consumo, poupança e financiamento, organizados sob a forma de autogestão.

Políticas Atuais de Economia Solidária

O governo federal e estaduais têm implementado diversas políticas de economia solidária no Nordeste, com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico inclusivo. As principais estratégias e políticas públicas na região incluem:

  • Fomento a Cooperativas e Associações: Incentivos para a criação e fortalecimento de cooperativas, associações e grupos produtivos nas áreas rurais e urbanas. Esses grupos recebem apoio técnico e financeiro para desenvolver seus negócios de maneira sustentável e com autogestão.
  • Capacitação e Assistência Técnica: Programas de capacitação para os trabalhadores da economia solidária, com cursos em gestão, contabilidade, marketing e empreendedorismo social. A assistência técnica também é oferecida para auxiliar na formalização e estruturação dos empreendimentos.
  • Linhas de Crédito e Financiamento: Linhas de crédito específicas para empreendimentos solidários, muitas vezes com condições diferenciadas e juros reduzidos, oferecidas por bancos públicos e programas de incentivo do governo.
  • Centros Públicos de Economia Solidária (CEPES): Estruturação de centros de apoio que facilitam a comercialização de produtos, capacitação, e outras atividades essenciais para o desenvolvimento de empreendimentos solidários.

Essas políticas são fundamentais para fortalecer os empreendimentos da economia solidária, garantindo que trabalhadores autônomos e cooperativas tenham acesso a mercado e renda de maneira estruturada.

Principais Centros de Comercialização de Economia Solidária no Nordeste

Abaixo estão alguns dos centros comerciais de economia solidária mais importantes no Nordeste, que atuam como espaços de escoamento de produtos, além de promover a visibilidade e valorização dos empreendimentos locais.

Centro de Economia Solidária Localização Descrição
Centro Público de Economia Solidária (CEPES) Salvador, Bahia Um dos principais espaços de comercialização de produtos artesanais e alimentos locais.
Feira de Economia Solidária de Campina Grande Campina Grande, Paraíba Evento mensal que reúne produtores de diversas regiões, incentivando o consumo consciente.
Casa da Economia Solidária do Ceará Fortaleza, Ceará Comercializa produtos artesanais e promove oficinas de capacitação para trabalhadores.
Centro de Economia Solidária de Recife Recife, Pernambuco Centro de apoio a cooperativas e associações, oferecendo espaço para vendas e exposições.
Mercado de Economia Solidária de Picos Picos, Piauí Mercado especializado em produtos locais como queijos, mel e artesanato.
Casa da Economia Solidária de Natal Natal, Rio Grande do Norte Espaço que promove a cultura potiguar com produtos artesanais e alimentos típicos.

 

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Esses centros são cruciais para a economia local, pois permitem que os produtos sejam diretamente comercializados ao consumidor final, valorizando a produção artesanal e agroecológica do Nordeste. Além disso, eles servem como espaços de intercâmbio de conhecimento e fortalecem o vínculo entre produtores e consumidores.

Impacto da Economia Solidária na Região Nordeste

A economia solidária tem gerado impacto significativo na região Nordeste ao proporcionar:

  • Geração de Renda: Empreendimentos solidários criam oportunidades de emprego e renda, especialmente em comunidades rurais e periféricas.
  • Fortalecimento Cultural: A valorização de produtos típicos e a preservação das técnicas tradicionais de produção fomentam a cultura local e regional.
  • Sustentabilidade: A produção é feita de maneira sustentável, respeitando o meio ambiente e os recursos naturais.

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Desafios e Perspectivas

Embora a economia solidária tenha avançado no Nordeste, ainda enfrenta desafios. A falta de infraestrutura em algumas regiões e o acesso limitado ao crédito são obstáculos a serem superados. No entanto, o aumento de políticas públicas voltadas para o setor indica que o potencial de crescimento é alto.

Abaixo, um resumo dos principais desafios e perspectivas:

Desafios Perspectivas
Infraestrutura e logística limitada Expansão de centros de comercialização
Acesso restrito a crédito em algumas áreas Fortalecimento de políticas de financiamento
Necessidade de mais capacitação técnica Ampliação de programas de capacitação
Formalização dos empreendimentos Melhoria no apoio jurídico e contábil para empreendimentos

Reunião do Consórcio Nordeste debate tema

Nos dias 4 e 5 de novembro, Alagoas está recebendo a V Reunião Plenária do Comitê de Economia Solidária do Consórcio Nordeste, um evento que ocorre na SEPLAG e na Vice-Governadoria. Representantes dos estados do Nordeste foram recepcionados pelo governador em exercício, Ronaldo Lessa, no Museu Palácio Floriano Peixoto. A reunião, parte da Câmara Temática de Desenvolvimento Econômico do Consórcio, visa incentivar a cooperação entre os estados para fortalecer políticas públicas, captar recursos e compartilhar práticas que tiveram sucesso na região.

O governador Ronaldo Lessa, que apoia firmemente o setor, destacou a importância de investimentos nessa área. Segundo ele, “investir na economia solidária é a única forma de evitar o desequilíbrio causado pelo capitalismo selvagem.” A Vice-Governadoria, onde ocorrem algumas das discussões, já sediou encontros importantes, incluindo uma reunião com a União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), que apresentou o projeto Mulher Coop, voltado para a capacitação feminina, e o Jovem Aprendiz, direcionado aos jovens.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Alice Beltrão, a plenária tem grande relevância para Alagoas. Ela enfatizou que o compartilhamento de práticas bem-sucedidas dos estados ajuda a acelerar a criação de políticas públicas para o setor. "Completamos um ano de criação do comitê, e já temos propostas maduras e em fase de desenvolvimento para serem apresentadas aos governadores e, possivelmente, ao governo federal", comentou.

Adalberon de Sá, secretário-executivo do Cooperativismo, observou que o encontro acontece em um momento marcante, exatamente um ano após a formação do comitê pelos governadores do Nordeste. Desde então, o comitê se reúne para discutir interesses comuns e prepara um documento com políticas eficazes que serão apresentadas na próxima Assembleia dos Governadores. Ele também anunciou que o primeiro Festival de Economia Solidária do Nordeste ocorrerá em fevereiro, em Salvador.

As atividades do primeiro dia da reunião incluíram debates sobre a economia solidária como alternativa para reduzir o desemprego e promover o desenvolvimento econômico, principalmente em áreas urbanas. À tarde, a pauta se voltou para o festival, discutindo como cada estado poderá participar e mostrar suas experiências na área de economia solidária.

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No segundo dia, haverá a participação da Secretaria Nacional de Economia Solidária, que apresentará as políticas previstas para 2025. Adalberon de Sá destacou o progresso de Alagoas, com iniciativas como o programa Alagoas + Cooperativa, lançado em julho, que reúne políticas públicas de apoio ao cooperativismo e à economia solidária.

Entre as ações mencionadas por Sá, estão a isenção de ICMS para cooperativas de agricultura familiar e de catadores, além da criação de um espaço de comercialização próximo ao porto de Maceió, que beneficia cerca de 30 empreendimentos do estado. Ele acrescentou que essa experiência está sendo levada a feiras como a Expoagro e a Expo Bacia Leiteira, ampliando as oportunidades de negócios e oferecendo cursos de capacitação e especialização.

A economia solidária no Nordeste se apresenta como uma alternativa promissora para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região. Com o apoio de políticas públicas e a consolidação de centros comerciais, como os CEPES e as feiras locais, os empreendimentos solidários ganham espaço e visibilidade, fortalecendo a economia local e promovendo o bem-estar das comunidades.

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Fonte: ne9.com.br

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