Entenda a diferença entre meteoro e meteorito

Por Vale do Piancó -PB em 22/03/2022 às 20:37:10
Encontrar meteoritos em regiões abertas é mais provável que em áreas urbanas. Meteorito de 26,93kg foi achado por irmãos em Nova Olinda, na Paraíba

Edsom Oliveira/Arquivo pessoal

Um meteorito de 26 quilos chegou a passar 6 anos como peça decorativa na casa de de um joalheiro, na Paraíba. A rocha que chamou atenção pela cor e proporções foi confundida com um pedaço de chumbo, e só agora o caso veio a público, e o meteorito foi reconhecido no sábado (19).

O resto rochoso foi encontrado em um lago que passava por um período de seca, na cidade de Nova Olinda, quando homens procuravam ouro. Encontrar meteoritos em regiões abertas é mais provável que em regiões urbanas. Mas o que são meteoritos e qual a diferença entre eles o os meteoros? Entenda:

Meteoros

Conforme Cássio Barbosa, astrônomo e professor de física, meteoros são consequêcias de colisões entre asteróides que, ao se chocarem, produzem pedaços rochosos que entram em alta velocidade e queimam na atmosfera terrestre.

Popularmente chamados de estrelas cadentes, os meteoros brilham em sua entrada na atmosfera. O impacto visual é proveniente, justamente, da queima do material.

Os meteoros, na maioria das vezes, se desfazem no atrito provocado pela queima. Quando resistem ao impacto, os materiais que chegam à Terra podem ser chamados de lixo espacial ou meteorito. O lixo espacial é o resquício da queima que não resulta em rocha, muitas vezes passa despercebido e sequer é coletado.

Fragmento encontrado em Santa Filomena , Pernambuco, após chuva de meteoritos

Reprodução/ TV Grande Rio

Meteorito

Os pedaços rochosos que sobrevivem e caem na superfície da Terra são chamados meteoritos. O astrônomo Cássio explica que a probabilidade maior é que esses restos de atrito caiam no mar ou em áreas abertas, diante do fato de que a maior área do planeta é feita de água e áreas livres de construções.

Apesar de uma incidência mais rara, é possível que objetos sejam vistos em áreas urbanas, e é através das testemunhas que os encontram que os casos vem à tona.

A professora de Astronomia do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diana Andrade, explica, ainda, que a maior parte dos meteoritos encontrados posteriormente são metálicos, já com os rochosos é comum que sejam percebidos no instante da queda pelo barulho que ocasiomam.

A pesquisadora realiza um trabalho de busca por fragmentos, quando acionada sobre objetos encontrados ela se encaminha, junto à equipe, a região e procura outros pedaços que podem ter passado despercebidos.

Para identificar, a professora explica que todo meteorito que cai na Terra é envolto por uma crosta escura, uma cor preta por fora. Apesar disso, tem rochas pretas que não não meteoritos, é importante que o material seja analisado por especialistas.

Os meteoritos são utilizados pelos pesquisadores para acompanhar informações evolutivas do Sistema Solar. Segundo Diana Andrade, a jornada de um asteróide e os processos químicos de corpos celestes são algumas das informações provenientes desse trabalho de acompanhamento, já que esses meteoritos foram formados quando o planeta foi formado.

Apesar disso, Cássio Barbosa conta que os impactos desse acompanhamento são mais reclusos ao longo prazo da comunidade científica.

A maior incidência é de meteoritos pequenos, quando um objeto de grande porte é encontrado costuma repercutir por impressionar até os que estudam sobre o assunto. Os riscos de uma queda de um grande meteorito é se ela ocorrer sbre um imóvel, veículo ou até mesmo sobre uma árvore.

O que se tem de dados sobre meteoros e meteoritos?

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, do governo federal, os meteoritos podem ser avistados, os que foram vistos no instante da queda, ou encontrados, os que não se viu cair (e que constituem a imensa maioria). Os avistados correspondem a apenas 2,4% do total.

A ciência que estuda esses corpos celestes chama-se meteorítica. Quando a Terra passa por um fluxo de meteoros, o número de meteoritos que nela cai sobe, resultando em uma chuva de meteoros, que costuma durar dias. Se for uma chuva intensa, recebe o nome de tempestade de meteoros.

Os meteoros pesam cerca de 10 gramas e são, geralmente, do tamanho de grãos de feijão ou menores. A velocidade pode variar entre 42 km/s e 72 km/s. Eles se tornam visíveis a aproximadamente 120 km de altura, onde ficam incandescentes, desaparecendo a 70 km quando queimam pelo atrito com a atmosfera. Em cidades pouco iluminadas, é possível ver meteoros com facilidade quase todas as noites.

O maior meteorito do Brasil

Ainda conforme o Serviço Geológico do Brasil, o maior meteorito do país é batizado de Bendegó (alguns autores escrevem Bendengó), pesando 5,36 toneladas e medindo 2,15 m x 1,5 m x 0,65 m. Tem formato achatado, lembrando uma sela.

A massa compacta de ferro tem 6,6% de níquel e quantidades menores de cobalto e fósforo. Na época do descobrimento chegou a ser considerado o segundo maior do mundo em tamanho.

Meteorito de Bendegó exposto do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Arquivo Museu Nacional

Ele foi encontrado em 1784, perto de Monte Santo (BA), nas proximidades do riacho Bendegó. Desde 1888 o meteorito está exposto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, para onde foi trasnferido por ordem do imperador Dom Pedro II e a pedido de alguns membros da Academia de Ciências de Paris, há uma réplica dele no Museu Palais de La Découverte e outra em Salvador.

*Sob supervisão de Jhonathan Oliveira

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