Baixista do Jota Quest fala sobre turnê: "É um desafio"

Por Vale do Piancó -PB em 21/10/2022 às 05:10:08

A banda Jota Quest, que estava fora dos palcos há mais de dois anos, finalmente volta à ativa, agora com a aguardada turnê de comemoração de 25 anos de carreira, "Jota 25 - De Volta ao Novo". Neste sábado (22), os artistas desembarcam em Brasília para apresentação no ginásio Nilson Nelson.

A turnê conta com uma superprodução técnica, abordagem explosiva e repertório exclusivo de 25 faixas que retratam a história da banda mineira e, ao mesmo tempo, faz uma imersão com foco no futuro. O show é dividido em três atos: sólido, líquido e gasoso, emulando conceito clássico dos “estados físicos da matéria”. "É um desafio, a banda precisa estar muito bem ensaiada", conta o baixista PJ, em entrevista ao Jornal de Brasília.

A banda, que mantém a mesma formação desde a criação – Rogério Flausino (vocal), Marco Túlio Lara (guitarra), PJ (baixo), Paulinho Fonseca (bateria) e Márcio Buzelin (teclado), se tornou um dos expoentes do rock brasileiro. O primeiro disco foi o 'J. Quest', em setembro de 1996. Ao longo das últimas duas décadas e meia, o repertório do grupo mineiro fez parte do imaginário de várias gerações.

PJ conta ao JBr qual a sensação de estar há mais de 20 anos na estrada com o Jota Quest, falou sobre a superprodução do show "Jota 25", e comentou sobre o novo álbum da banda que será lançado, em breve, um álbum de estúdio, o décimo da carreira.

Foto: Rapha Garcia/Divulgação

Confira a entrevista completa:

A turnê "Jota25 - De Volta ao Novo" comemora a carreira da banda. Qual a sensação de estar há mais de 20 anos na estrada? 

É a mesma sensação de quando estávamos começando. A gente gosta muito de fazer shows, gosta muito do que faz. Então, sinceramente, nem parece que passaram mais de 20 anos. Às vezes eu paro pra pensar, falo: "Mas foi tão rápido, tão gostoso, tão incrível..." Já se foram 25 anos desde o primeiro álbum, e que venham mais 25. 

Além do repertório de 25 músicas, o visual da turnê 'Jota 25 - De Volta ao Novo' também chama atenção. Como essa superprodução foi pensada? E como está sendo executá-la pelo Brasil afora?

Realmente é uma superprodução. Primeiro porque tem muita tecnologia envolvida, muito trabalho, muito teste, planejamento... é tudo sincronizado: os vídeos passando no telão, as luzes, as explosões, tudo é linkado. Não é a primeira vez que fazemos isso, mas é a maior turnê do Jota em termos de tecnologia e produção. O Paulinho, nosso baterista, é expert em tecnologia e foi um dos primeiros do Brasil a sincronizar as luzes através de computador. Levar para o Brasil também requer um planejamento, pois não é todo lugar que vai caber tudo isso. É um desafio, a banda precisa estar muito bem ensaiada, e a equipe, em sincronia.

Como é voltar à capital do rock e poder rever os fãs brasilienses?

É muito especial, principalmente porque eu morei e cresci em Brasília. Uma sensação de realização muito grande. Eu estudei na Escola de Música de Brasília, me lembro de comprar vinil na loja Gabriela, todos os meus discos e instrumentos eu comprei em Brasília, meus primeiros shows também foram aí... lembro de um show nosso icônico no Nilson Nelson, nos anos 2000. Brasília é muito especial.

A respeito do mercado musical, vocês sentem uma diferença muito grande em relação ao cenário do início da carreira?

Tem muita mudança, está tudo muito diferente desde que a gente começou. A galera fala que o rock morreu, eu acho que não morreu, porque os maiores shows e headlines dos festival ainda são de rock, as músicas que ficam para sempre ainda são os rock. O DNA do rock continua, está até no sertanejo com o visual, anéis, colares, roupas, tatuagens. O rock tem uma raiz profunda na cultura musical, não tem como acabar com o rock.

O mercado mudou muito, principalmente no Brasil, mas o mercado sempre está mudando. Agora, vamos lançar um disco com influências do que está acontecendo. Uma banda mais antiga precisa se atualizar, mas não copiar. O consumo também está mudando, agora é o streaming quase um aluguel de música, não temos mais a música guardada antes como o vinil, CD ou mp3. Ela só é alugada. Acho bom e ruim. O streaming salvou a música, a indústria se fortaleceu bastante nos últimos dois anos, voltou a ter dinheiro para investir, o estilo mudou, isso é normal. Acho que a principal mudança foi o streaming, que veio para ficar.

Quais são os próximos passos do Jota Quest depois da turnê? Como está o andamento da construção do novo álbum?

A gente vai lançar um disco que começou a ser feito na antes da pandemia. Durante o isolamento fizemos quatro singles que farão parte do disco, mas precisamos dar uma revitalizada, pois fizemos elas no auge da pandemia, meio para baixo. Acho que o clima agora é mais alegre, otimista. Então, vamos mudar algumas coisas e lançar no ano que vem.

E o Jota está sempre produzindo. A gente tem um estúdio próprio, o que facilita muito. A gente é inquieto, gosta de tocar, de compor. Então, vem coisa boa por aí.

Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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