O que aconteceu
O rompimento ocorreu às 13h15 deste domingo e foi percebido em um trecho da lagoa Mundaú, segundo imagens divulgadas pelas autoridades. Com o rompimento, a água da lagoa está entrando na mina
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Outro movimento foi identificado às 13h45 após sensores apontarem tremores no solo, informou a Braskem. A empresa nomeou o ocorrido como “movimento atípico de água na lagoa Mundaú” e disse acompanhar a situação.
Não há risco para as pessoas devido ao isolamento do local, afirmou a Defesa Civil de Maceió.
Já o coordenador da Defesa Civil de Alagoas disse que a tendência é de acomodação da mina. O coronel Moisés Melo afirmou que “a mina chegou à superfície em uma proporção 100 vezes menor do que o anunciado originalmente”.
Também não há indícios iniciais de que o rompimento tenha afetado outras minas, explicou Melo.
O primeiro rompimento ocorreu a menos de 100 metros da margem da lagoa. Nas imagens, é possível ver bolhas se formando na superfície da água após o rompimento.
O solo na área da mina afundou 12,5 cm nas últimas 24h; no total, queda é de 2,35 metros.
A mina estava afundando cerca de meio centímetro por hora na manhã deste domingo, segundo as autoridades. A velocidade é a mesma de ontem, mas é maior do que na sexta-feira (8), quando era de cerca de 0,2 cm por hora
No momento, técnicos da Defesa Civil estão monitorando o local em busca de mais informações. A Defesa Civil ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas.
Nota da Defesa Civil de Maceió
Às 13h15 deste domingo, câmeras que monitoram o entorno da cavidade 18 registraram movimento atípico de água na lagoa Mundaú, no trecho sobre esta cavidade. Toda a área, que vem sendo monitorada nos últimos dias, já estava isolada.
Movimento semelhante ocorreu por volta das 13h45. O sistema de monitoramento de solo captou a movimentação por meio de DGPS instalados na região. As autoridades foram imediatamente comunicadas, e a Braskem segue colaborando com elas.
Nota da Braskem
“Início do processo de colapso”, diz geóloga
O rompimento identificado não significa o colapso da mina, mas sim o começo do processo, afirmou ao UOL a engenheira geóloga Regla Toujaguez, professora da Universidade Federal de Alagoas.
Um desabamento total poderia abrir uma cratera com 300 metros de diâmetro na capital do estado, estimou a Defesa Civil. A população foi orientada a não transitar pela região.
Ainda não é o colapso, mas esse rompimento é o início do processo. Para que o colapso aconteça de fato toda a circunferência deve ceder, algo que ainda não aconteceu, mas agora é preciso ficar em alerta.
Regla Toujaguez, professora da Universidade Federal de Alagoas
Danos ambientais serão dimensionados em meses
O possível desabamento da mina de sal-gema resultaria no vazamento de salmoura na lagoa Mundaú.
Com 60% da área da mina abaixo na lagoa Mundaú, que tem 24 km de extensão, o vazamento deve causar impactos ambientais que só serão dimensionados após meses de estudo, avalia o engenheiro ambiental Alder Flores. Os piores resultados não devem aparecer de imediato.
A engenheira geóloga Regla Toujaguez, professora da Universidade Federal de Alagoas, alerta para o desequilíbrio no ecossistema da região. “Quando rompemos esse equilíbrio ecológico, quebramos a cadeia alimentar”, explica.
A professora cita ainda que é impossível prever o tempo.
Entenda crise em Maceió
Décadas de exploração da Braskem do solo embaixo da capital alagoana deixaram o terreno instável.Pesquisadores alertam sobre o risco de desabamento desde 2010.
A empresa encerrou a extração em 2019 e começou a fechar as minas. Porém, ainda há minas que não foram preenchidas. Em nota, a empresa diz que toma “todas as medidas necessárias para mitigar, compensar ou reparar impactos” nos bairros sob risco
UOL
Fonte: blogchicosoares