Nunes tem tarifa zero ofuscada por desgastes com Tarcísio, Bolsonaro e Marta

CAROLINA LINHARES E JOELMIR TAVARES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em busca da reeleição no ano que vem, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) acumulou, na mesma semana, derrotas e constrangimentos em relação a três alianças fundamentais em sua campanha -com Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL) e Marta Suplicy (sem partido).

Por Vale do Piancó -PB em 17/12/2023 às 15:29:19

CAROLINA LINHARES E JOELMIR TAVARES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em busca da reeleição no ano que vem, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) acumulou, na mesma semana, derrotas e constrangimentos em relação a três alianças fundamentais em sua campanha -com Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL) e Marta Suplicy (sem partido). Os desgastes políticos ofuscaram o lançamento do programa de tarifa zero nos ônibus, que foi anunciado na segunda (11) e começou a operar neste domingo (17). A gratuidade nas viagens aos domingos é uma das apostas do emedebista para turbinar sua candidatura e foi considerada eleitoreira por rivais. O principal adversário, Guilherme Boulos (PSOL), disse que Nunes incorporou uma bandeira histórica dele e da esquerda ao criar um projeto piloto de passe livre e que se trata de um sinal de desespero para se tornar competitivo, já que ele entra na reta final do mandato sem uma marca e sob críticas. A série de reveses para Nunes foi vista como favorável por adversários como Boulos e a também deputada federal Tabata Amaral (PSB), mas os episódios são minimizados pelo entorno do prefeito, que admitem baixas no âmbito político, mas veem saldo positivo na administração municipal. Em agenda para estrear o programa, na madrugada, Nunes se deparou com o desconhecimento dos usuários sobre a iniciativa, reclamações sobre as deficiências do serviço e até um dedo do meio próximo ao seu rosto. O lançamento do Domingão Tarifa Zero, como foi batizada a iniciativa, também acabou eclipsado pelas divergências de Nunes com Tarcísio em torno do reajuste das tarifas de transporte para 2024. Na quinta-feira (14), o governo estadual divulgou que as passagens do metrô e da CPTM subirão para R$ 5 a partir de janeiro. A gestão municipal manteve em R$ 4,40 a taxa nos ônibus da capital --a decisão de segurar o aumento foi interpretada como um esforço do prefeito para conquistar eleitores. O episódio evidenciou um desalinhamento entre Nunes e Tarcísio, além de ressaltar os limites do apoio eleitoral do governador ao prefeito. Tarcísio chegou a criticar a tarifa zero e não abriu mão do reajuste, enfraquecendo a agenda positiva do emedebista. "Com o anúncio do aumento das passagens dos trens e metrô pelo governo do estado para R$ 5, fica evidente mais uma vez que o prefeito da capital e o governador não estão falando a mesma língua", publicou Tabata nas redes. Auxiliares de Nunes e de Tarcísio consultados pela reportagem dizem que não houve mal-estar e que a parceria na eleição não foi abalada. Segundo interlocutores do governador, que se mantém fiel a Bolsonaro, não há chance de que ele apoie outro nome. Ainda na quinta, os dois estiveram juntos em um evento do governo paulista e jantaram no Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio afirmou à imprensa que tem "zero atrito" com Nunes, e o prefeito disse à Folha que "está tudo ótimo" e que a relação é de amizade. Antes de a poeira baixar, no entanto, houve desmentidos e bate-cabeça. A divulgação do aumento na tarifa não estava prevista para a semana passada, embora já fosse algo ventilado publicamente por Tarcísio e que acabou sendo revelado pela TV Globo. Nunes, então, disse ter sido pego de surpresa, reação que irritou o entorno do governador. Tarcísio afirmou à imprensa que a prefeitura fora avisada na terça sobre o aumento. Segundo secretários municipais, porém, o entendimento naquele dia foi o de que o governo ajustaria a tarifa, mas ainda haveria outras reuniões e a decisão ficaria para o fim do mês. Procurados pela reportagem, secretários de Tarcísio ponderaram que a responsabilidade fiscal do estado fica acima do empenho na eleição de 2024 --questão que aliados de Nunes dizem compreender. Na opinião desses interlocutores, caberá ao prefeito comunicar na campanha para a população que a elevação da tarifa partiu da alçada estadual, e que ele próprio, ao contrário, manteve o preço e zerou o custo aos domingos --e, portanto, sai fortalecido, segundo essa ótica. Na equipe do prefeito, há quem veja a semana que passou como extraordinária d

Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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