A guerra entre Trump e o jornalismo norte-americano

Donald Trump mal acabava de ser eleito quando uma repórter do Washington Post lhe perguntou porque atacava tanto a imprensa.

Por Vale do Piancó -PB em 25/12/2023 às 14:21:32

Donald Trump mal acabava de ser eleito quando uma repórter do Washington Post lhe perguntou porque atacava tanto a imprensa. Afinal, ele acabava de dizer mais uma vez que os jornais e os jornalistas, de qualquer meio de comunicação, eram desonestos e inimigos do povo americano. Trump teve um lampejo de sinceridade. Respondeu-lhe: "quero desmoralizar vocês, para que ninguém acredite quando vocês vierem atrás de mim". E, sim, foram anos de guerra permanente, desde a campanha eleitoral até agora, quando tenta entrar em outra luta pela presidência. Tudo isso aconteceu no momento em que a mídia, em especial os jornais impressos, estavam em outra guerra, a de se viabilizarem no meio digital. Quando Trump desafiou a então favorita Hillary Clinton para chegar à Casa Branca, os jornais estavam começando a se reequilibrar financeiramente, após o desabamento dos impressos e a recuperação, enfim eficaz, pelas edições digitais. Uma luta que tem tudo para se tornar fascinante. Ela é mostrada em todos os seus ângulos, muitos dramáticos, por um livraço lançado há pouco nos Estados Unidos, ainda sem tradução no Brasil. É Collision of Power (Colisão de Poder), que tem como subtítulo Trump, Bezos and the Washington Post. Bezos, claro, é o dono da riquíssima Amazon, que comprara havia pouco o Washington Post. E o autor, Martin Baron, um dos mais respeitados jornalistas norte-americanos, que dirigira o Boston Globe e era o diretor de redação do Washington Post. Mostra uma época em que surgiu, na sua roupagem atual, a expressão "fake News". Hoje usada pelo PT para explicar o avanço bolsonarista nas redes sociais, ela teve sua introdução na política por obra e arte de Donald Trump que usava a expressão para qualificar qualquer matéria da grande mídia que o desagradava. Também surgiu aí a expressão "fatos alternativos" ou "verdades alternativas", ou seja, o uso por Trump de mentiras, puras e simples, a partir de sua autoridade de presidenciável e, depois, de presidente. Os neologismos serão muito usados no livro, em particular porque Trump odiava jornais, jornalistas e Jeff Bezos, não necessariamente nessa ordem. Collision of Power é menos um livro de história do que uma crônica emocionante da política e do jornalismo durante uma década de turbulência. Baron ingressou n

Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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