Atuante na cena de inclusão de pessoas com deficiência, conheça a artista e professora Samialien

Foi nas ruas de Taguatinga que a hoje artista e arte-educadora Sâmia Queiroz de Paula, mais conhecida como Samialien (foto), 27 anos, criou suas primeiras afinidades, naturalmente, com expressões artísticas.

Por Vale do Piancó -PB em 01/01/2024 às 14:30:59
Foto: Reprodução internet

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Uma publicação compartilhada por Sâmia Queiroz de Paula | Artista (@samialien)

Em 2016, Sâmia ingressou na graduação de Artes Cênicas na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, marcando um ponto de virada significativo em sua jornada. "Este passo corajoso foi o divisor de águas que solidificou minha decisão de dedicar minha vida ao teatro. Desde então, tenho cultivado meu amor pelas artes cênicas, e cada momento nesse caminho tem sido enriquecedor e transformador", revela. Na faculdade, Sâmia explorou de tudo um pouco: performance, sonoplastia, artes visuais, teatro, direção teatral, cinema, produção de eventos e até mesmo DJ. "Hoje também solto minha criatividade em músicas autorais e poesias, e ganhei alguns prêmios legais, como o Aldir Blanc e Sesc + Cultura. Destaco que um dos prêmios Aldir Blanc foi conquistado com a dupla de performance Samia(eu) e Cássia Olivier, enquanto o outro foi com o grupo Latino Americano INTENSAMENTE, criado após o 3º Encuentro Latinoamericano de Danza y Inclusión em 2020", relembra.

Propagando a inclusão

Atuando desde 2019 em um dos mais importantes grupos voltados para Pessoas com Deficiência, o Projeto Pés, concebido por Rafael Tursi em 2009 após sua formação pela Universidade de Brasília (UnB), emergiu da experiência pessoal ao acompanhar a reabilitação de sua amiga Maiara Barreto, atleta paraolímpica que sofreu um acidente de trânsito, resultando em tetraparesia— sequela neurológica de dormência e formigamento, além da diminuição e redução da força muscular nos membros . "Esse contexto provocou a reflexão de Tursi sobre a limitação das abordagens convencionais, predominantemente centradas em fisioterapia e terapia ocupacional, sem considerar o potencial artístico. O projeto, desde então, se consolidou como uma proposta de teatro-dança voltada para a inclusão, utilizando diversas práticas corporais e destacando a criação artística para pessoas com deficiência.
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"Ingressei no Projeto Pés como pesquisadora e aproveitei para estar dentro do processo artístico deles como contra-regra, desempenhando diversas funções ao longo do tempo, incluindo participação como dançante e, em algumas ocasiões, como videomaker, contribuindo de maneiras diversas para o grupo sempre que necessário", diz Samialien. De acordo com ela, essa experiência enriqueceu sua compreensão do projeto e seu impacto, permitindo-a participar ativamente das atividades, promovendo a inclusão e a expressão artística em todas as facetas do Pés. Desde então, ela tem testemunhado e contribuído para a evolução do projeto, que hoje acumula um repertório diversificado com mais de cem atividades, incluindo apresentações, aulas, palestras e participações em eventos, destacando-se como um agente transformador nas artes cênicas e na promoção da inclusão. "O projeto enfrenta desafios significativos, especialmente em questões burocráticas relacionadas a recursos financeiros para o trabalho com pessoas com deficiência. Buscamos desvincular-nos de estigmas, investindo na obtenção de informações que fortaleçam nossa comunidade e reconheçam o trabalho artístico de todos no grupo", pontua a artista. "Enfrentamos desafios na acessibilidade de espaços artísticos ou não, exigindo cuidados especiais na compreensão dos desafios logísticos. Lidar com a diversidade de deficiências e garantir uma comunicação efetiva são pontos cruciais para superarmos alguns dos obstáculos", adiciona. [gallery ids="2681910,2681911,2681912,2681913"] Em dezembro do ano passado, o grupo Pés recebeu o Prêmio Destaque de Impacto Social durante a cerimônia do Prêmio Sesc + Cultura, em reconhecimento ao espetáculo Similitudo. "Este prêmio não apenas valida o esforço dedicado, mas também sublinha a importância de abordar questões culturais, estéticas, sociais e de mobilização de público. Estamos verdadeiramente agradecidos por fazer parte desta colaboração que desafia limites e promove a diversidade por meio da arte". Juntos, continuaremos a dançar, inspirar e construir pontes entre as diferenças, construindo um futuro mais inclusivo e empático". Sâmia também é sócia-criadora da Bora Lab de Design de Negócios, que fundou com o amigo e artista Rafael de Paula. "Nossa atuação na Bora Lab vai além dos negócios, envolvendo a expressão artística no projeto Bora Laboratório Criativo. Nesse espaço, oferecemos suporte a artistas e, junto com Rafael, tocamos e criamos na empresa. É uma oportunidade incrível de unir a criatividade artística com a visão empreendedora, proporcionando um ambiente diversificado e colaborativo para artistas explorarem e expandirem seus horizontes", explica.

Atuação em sala de aula

Sâmia também atua na Secretaria de Educação do DF, como professora de teatro no Centro de Ensino Especial 01 do P Sul, em Cêilândia, e arterapeuta. "Meu trabalho vai além das aulas regulares. Além de ministrar aulas de teatro, meu papel envolve a produção de peças visuais, criação de cenários, confecção de figurinos e ensaios para espetáculos teatrais". Para ela, ao realizar essas atividades, proporciona uma experiência completa e enriquecedora para os estudantes, promovendo não apenas a expressão artística, mas também o trabalho em equipe e a autoconfiança. Para este ano, os principais planos de Samialien envolvem concentrar esforços na Bora Lab de Design de Negócios. Ela pretende aprofundar seu engajamento no desenvolvimento de projetos criativos e estratégicos, utilizando a arte como ferramenta de inovação. "Além disso, continuarei fortalecendo minha presença na cena artística do Distrito Federal, com foco no projeto Pés, em performances e demais expressões artísticas", promete.  

Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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