Encarnação: entre o céu e o chão

Neste sábado (20/4), a partir das 16h, a Referência Galeria de Arte, na 202 Norte, abre ao público a mostra Encarnação: entre o céu e o chão, de André Santangelo, com curadoria de Marília Panitz.

Por Vale do Piancó -PB em 20/04/2024 às 13:55:10
Encarnac?a?o - Andre? Santangelo - 50x50cm - 2024 Fotomontagem impressa?o mineral 12 cores sobre papel Hahnemu?hle - Photo Rag  305g tiragem de 6

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Neste sábado (20/4), a partir das 16h, a Referência Galeria de Arte, na 202 Norte, abre ao público a mostra Encarnação: entre o céu e o chão, de André Santangelo, com curadoria de Marília Panitz. O artista apresenta uma série de fotografias com interferências em tinta aquarela vermelha, objetos paisagem e cianotipias. Faturas diferentes que se articulam entre si pela imagem, pela técnica e pela temática. A mostra fica em cartaz até o dia 20 de maio, na Sala Principal da galeria, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h. A entrada é gratuita e a classificação indicativa, livre para todos os públicos.

De acordo com curadora Marília Panitz, em seu texto sobre a exposição, André Santangelo "é um fotógrafo que é um pintor". O processo de produção de Santangelo prima pela construção da imagem que se materializa a partir de duas imagens ou dois elementos que se fundem sem se anular, criando peles translúcidas que permitem ver entre as sucessivas camadas. E prossegue: "Para além da captura instantânea, impõe-se a sobreposição, a montagem: camadas de pele cuja translucidez funde suas paisagens mínimas de céu e chão…ou água… com elementos que se imiscuem sub-repticiamente".

Encarnac?a?o - Andre Santangelo

Para a mostra na Referência, Santangelo apresenta uma série em que a ideia é fotografar e criar imagens que dialoguem com o sentir e o absorver. "Duchamp dizia que a fotografia é instantânea e a pintura um retarde. Retarde porque a formação das imagens deriva de um tempo dilatado onde o artista e obra passam por vários processos. Minhas fotografias são um retarde", diz o artista. Nessa exposição, a tinta vermelha encarna o papel fotográfico no qual foi retratada a cena.

Encarnac?a?o 4 - Andre Santangelo

Na série de fotografias tingidas de vermelho, adolescentes do Paranoá e do Itapoã andam numa corda bamba na beira do lago Paranoá. "Depois de encarnadas criam um significado mais agudo da nossa realidade. Existe uma relação também com o conceito de margem, onde começa e termina uma coisa uma obra de arte. Essa questão me remete à Lygia Clark e a Ernesto Neto que vão dialogar com o conceito de outra maneira. Aqui temos a margem do lago filmado em macro, a margem o limite de absorção da fotografia e adolescente a margem da sociedade", afirma Santangelo.

Encarnac?a?o 1 - Andre Santangelo

Junto às fotografias, o artista apresenta uma série de cianotipias, três objetos paisagens e dois vídeos curtos. Todos os trabalhos se relacionam tanto com a série fotográfica quanto com a produção anterior de Santangelo. "Existe um contínuo, um religare. Assim, todas as exposições individuais estão interligadas. A pesquisa com a linguagem é única e se apresenta em partes. Evidencio as duas últimas exposições individuais que dialogam e se complementam a essa nova que agora será apresentada na Referência", diz o artista.

"O azul e o encarnado (em seu duplo comparecimento) estão assentados na cultura popular desde tempos imemoriais: pastoris, batalhas entre mouros e cristãos, religião, folguedo, inscrição inconsciente. Aqui tais matizes se apresentam como possíveis imagens complementares. Como mergulho na cor ancestral, como contaminação desejada das formas cotidianas subvertidas. Horizontes. Aparições."

Marília Panitz, curadora
Ponto-de-carena-12-Andre-Santangelo-ciianotipia-sobre-canson-aquarelle-2023-tamanho-21x297cm
Ponto de carena 12, de Andre Santangelo

O artista

André Santangelo realiza suas primeiras exposições ainda jovem ao apresentar fotografias, desenhos e pinturas. Estudou na Escola de Artes Visuais Parque Lage (RJ) e na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (DF) e é pós-graduando em História da Arte. A partir de 1999, apresenta diversas instalações e intervenções urbanas aliadas a uma prática diária em ateliê, onde produz continuamente, desenhos, pinturas, fotografias, textos, fotomontagens, áudios, vídeos e videoinstalações.

A curadora

Curadora independente, Marília Panitz foi professora do Instituto de Arte da Universidade de Brasília, até 2013. Dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga e o Museu de Arte de Brasília. Pesquisadora e coordenadora de programas educativos em exposições, atua como crítica de arte e curadora independente, realizando projetos com ênfase na produção artística do DF, entre eles Azulejos em Lisboa Azulejos em Brasília: Athos Bulcão e a azulejaria barroca, Lisboa, 2013; Vértice – Coleção Sérgio Carvalho, nos Correios em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo 2015| 2016; 100 anos de Athos Bulcão CCBB Brasília, Belo Horizonte São Paulo e Rio de Janeiro, 2018-9; O Jardim de Amílcar de Castro: neoconcreto sob o céu de Brasília, no CCBB-Brasília, 2022-24.

Encarnação: entre o céu e o chão
De | André Santangelo;
Fotografias, cianotipias, vídeos e objetos paisagem;
Curadoria | Marília Panitz;
Abertura | sábado (20/04), das 16h às 20h;
Local | Sala Principal | Referência Galeria de Arte (202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo, Brasília);
Visitação | Até 20/05, de segunda a sexta, das 10h às 19h; Sábado, das 10h às 15h;
Entrada | Gratuita
Classificação indicativa | Livre para todos os públicos
Informações | (61) 3963-3501 e (61) 98162-3111. (WhatsApp)
Instagram: @referenciagaleria.

Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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