Um grupo de bolsonarista, cerca 25 apoiadores, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram nessa sexta-feira (26) em frente ao Peninsula Hotel, em Londres, para manifestar contra a presença de autoridades brasileiras em um evento na capital inglesa. O foco principal do protesto foi o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Portando bandeiras do Brasil, um alto-falante e uma caixa de som, os manifestantes proferiram discursos contra as prisões decorrentes do ataque aos prédios dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, e realizaram uma salva de palmas em homenagem ao proprietário da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk – elogiado por Bolsonaro e envolvido em um recente embate com Moraes.
“Fica a minha pergunta sobre o que eles estão fazendo aqui. É muito suspeita essa viagem agora, a portas fechadas, o que eles estão fazendo aqui, num hotel 5 estrelas. A gente nunca vai saber o que foi discutido ali dentro”, declarou Alexandre Kunz, líder do protesto e residente na Inglaterra há mais de uma década. Ele também proclamou pelo alto-falante que o Brasil necessita de líderes “com mais determinação” para enfrentar Moraes.
Com a participação de três ministros do governo Lula (PT), dez autoridades do Poder Judiciário – incluindo três ministros do STF – além do chefe da Polícia Federal, membros do Legislativo e o ex-presidente Michel Temer (MDB), o evento intitulado “1º Fórum Jurídico – Brasil de Ideias” ocorreu de forma restrita, sem transmissão em vídeo ao público.
Nesta sexta-feira, a segurança foi reforçada significativamente, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foi um dos palestrantes. De acordo com relatos de presentes ao encontro à Folha de S.Paulo, Blair abordou as próximas eleições nos EUA e no Reino Unido.
Blair, ativista em questões ambientais, também discorreu sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima. O Brasil sediará a COP-30 em Belém, em 2025.
O fórum, organizado pelo Grupo Voto e presidido pela cientista política Karim Miskulin, teve início na quarta-feira (24). Em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, o Grupo Voto promoveu um almoço entre Bolsonaro e 135 empresárias e executivas em São Paulo.
A imprensa está proibida de acessar o evento, e nesta sexta-feira nem mesmo o acesso às áreas comuns do hotel foi permitido. Segundo apurou a Folha de S.Paulo, dois andares do luxuoso hotel londrino foram reservados para os participantes, sendo que 21 deles ocupam funções públicas no Brasil. Nas mesas, há placas alertando os convidados de que é proibido fotografar, gravar ou editar falas dos participantes para reportagens jornalísticas.
Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, assim como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil), ex-presidente do Senado, devem encerrar o encontro com discursos. O evento também prevê um tour.
Segundo relatos de participantes, Moraes foi homenageado por “mérito jurídico”, enquanto Temer recebeu uma homenagem por “mérito estadista”.
Karim Miskulin, presidente do grupo que organizou o encontro em Londres, declarou no início deste ano, referindo-se a um evento de Bolsonaro em São Paulo, que o ex-presidente, mesmo inelegível, “é o principal líder da direita brasileira”.
O Grupo Voto, organizador do evento, justificou que “o fórum é um evento privado”. O material de divulgação enfatiza que se trata de uma “missão internacional, perpetuando o espaço democrático e promovendo um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil”.
Portal Pop Notícias com informações do Estado de Minas
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