Três suspeitos de participação em esquema de falsas lotéricas no Ceará, Pará e Paraíba, são presos em condomínio de luxo

Por Vale do Piancó -PB em 04/09/2021 às 20:05:09
Os capturados foram encontrados em Beberibe, no litoral do Ceará. Com as prisões deste sábado, oito pessoas já foram capturadas. Cartões e equipamentos eletrônicos usados no esquema foram apreendidos, no Ceará.

Mais três suspeitos de participação em esquema de falsas lotéricas nos estados do Ceará, Pará e Paraíba, foram presos neste sábado (4). Os homens foram capturados em um condomínio de luxo na Lagoa do Uruaú, em Beberibe. Com as prisões mais recentes, oito pessoas já foram capturadas.

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Na última quinta-feira (2), uma operação da Polícia Civil do Pará prendeu, no Ceará, as cinco primeiras pessoas suspeitas de estelionato, associação criminosa, fraude em comércio, falsidade ideológica e uso de documento falso.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) informou que o trio é natural de Minas Gerais. Com eles, foram apreendidos cartões magnéticos e equipamentos eletrônicos, que eram utilizados no esquema criminoso.

Lotérica registrada em nome de adolescente

Grupo é preso em Beberibe por abrirem falsos correspondentes no Ceará e no e lotéricas no Pará.

Divulgação/SSPDS

Uma falsa empresa de correspondente bancário em Beberibe, no interior do Ceará, estava registrada no nome de um adolescente, conforme a delegada da polícia civil, Ana Scotti. Na quinta, cinco suspeitos foram presos.

De acordo com a secretaria da Segurança do Ceará, o golpe destes criminosos no Ceará envolvia a montagem de falsos correspondentes bancários, mas no Pará eles criaram falsas lotéricas.

O grupo vai responder por estelionato, associação criminosa, fraude em comércio, falsidade ideológica e uso de documento falso. Eles também abriram uma agência em Itaitinga (CE) e tentaram abrir uma falsa unidade em Horizonte, na RMF, mas não conseguiram nesta cidade.

“No início do ano, foi identificado que indivíduos estavam abrindo uma loja de "Chegue&Pague", que é um correspondente bancário, no Centro da cidade [Beberibe]. As pessoas começaram a nos procurar informando que estavam pagando boletos no local e, dias depois, os boletos não eram compensados”, explicou a delegada.

“Identificamos os responsáveis e, na época, era um menor de idade, que estava com os pais. De acordo com a investigação, depois deles terem saído, eles foram abrir agências em outras cidades, inclusive do Pará”, complementou Scotti. Os suspeitos também atuaram em Belém e Ananindeua, no Norte do país.

A delegada revelou ainda que as polícias do estado tiveram de atuar para preservar a integridade do grupo, após revolta da população. “As pessoas estavam revoltadas, desesperadas, porque juntavam dinheiro para pagar aqueles boletos e não eram compensados”, destaca Ana Scotti.

“Lá em Beberibe, foi mais ou menos um prejuízo de R$ 100 mil à população. Eles, inclusive, chegaram a devolver alguns valores porque eles foram ameaçados de linchamento. Foi uma revolta tão grande na cidade que eles quase foram linchados”, complementa a delegada de Beberibe.

No município, cerca de 50 procedimentos foram instaurados contra o grupo criminoso. “Essas vítimas devem procurar a Justiça para a indenização, para que possam procurar algum tipo de repressão contra esses criminosos”, aconselha Ana Scotti.

A operação

Uma operação da Polícia Civil do Pará prendeu no Ceará na manhã desta quinta-feira (2) cinco pessoas suspeitas de estelionato, associação criminosa fraude em comércio, falsidade ideológico e uso de documento falso.

Segundo a polícia, eles teriam montado falsas casas lotéricas em Belém e Ananindeua e cerca de 50 pessoas teriam sido prejudicadas. Nas cidades paraenses, o golpe chegou a cerca de R$ 480 mil.

A 'Operação Foco' foi deflagrada nas cidades Fortaleza, Beberibe e Horizonte, todas no Ceará. Conforme a polícia, oito suspeitos foram identificados e alvo de mandados de prisão e de busca e apreensão.

Uma das falsas unidades abertas pelo grupo criminoso no Pará, segundo a polícia

Polícia Civil/Reprodução

As investigações policiais começaram há um mês, após a identificação dos dois espaços comerciais irregulares. Os locais recebiam pagamento de boletos, mas os valores não eram compensados nos destinatários.

O delegado Fernando Marcolino, titular da Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Deof), disse que depoimentos de testemunhas e vítimas já foram coletadas.

"Diante das investigações, conseguimos identificar oito pessoas, que são apontadas como autoras do golpe. Identificamos também que os criminosos já haviam praticado ato semelhante em outras cidades dos estados da Paraíba e do Ceará, de onde são naturais", afirmou.

As investigações policiais devem continuar para saber o destino dos valores e a real finalidade. Segundo a Polícia Civil, todos os presos devem ser transferidos para o Pará.

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