Avenida Expedicionários, no bairro da Torre, é conhecida por aberturas recorrentes de crateras. Em 2017, uma delas virou meme após a reação de uma moradora. O meme foi relembrado por Juliette, no BBB 21. Nova cratera apareceu na Av. Expedicionários, em João Pessoa, mesma rua do meme "tô passada, chocada"
Reprodução/TV Cabo Branco
Uma nova cratera se abriu na Avenida Expedicionários, em João Pessoa, na noite do domingo (11), em um trecho próximo ao local onde também uma cratera se abriu, em 2017, e se transformou no meme "tô passada, chocada". O trecho é conhecido por continuamente apresentar crateras após chuvas, e que pode estar ligado ao tipo de solo da região.
A cratera se abriu por volta das 22h, no trecho da Avenida Expedicionários que fica entre as avenidas Júlia Freire e Sílvio Almeida. No momento em que a cratera se abriu, funcionários da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) estavam trabalhando em uma tubulação no cruzamento da Expedicionários com a Júlia Freire, e imediatamente o trecho onde a cratera se abriu foi interditado.
A Cagepa informou que às 11h desta segunda-feira (12), detalhes sobre a avaliação do local e do prazo para a recuperação do trecho devem ser divulgados. O trânsito no trecho está sendo desviado pelas ruas paralelas ao local.
Cratera virou meme nas redes sociais
'Tô passada, chocada': paraibana Célia Santos relembra como viralizou internet
Reprodução/TV Cabo Branco
"Tô passada, chocada. Meu Deus... Jesus." Foi com esse espanto que a paraibana Célia Santos virou meme na internet em 2017. Três anos depois, ela reviveu o auge do meme, popularizado novamente pela participante paraibana do Big Brother Brasil (BBB) 21, Juliette Freire, que usou o bordão no reality show.
Professora aposentada, Célia diariamente passava pela Avenida Júlia Freire, em João Pessoa, para fazer um tratamento de fibromialgia.
Em uma sexta-feira do mês de julho de 2017, percebeu algo diferente no caminho para a consulta: um pequeno buraco na rua. Quando fazia o percurso rotineiro na segunda-feira, o buraco já tinha virado uma cratera gigante bem no cruzamento da Avenida Expedicionários com a Avenida Júlia Freire.
Neste dia, foi pega de surpresa por equipes da TV Cabo Branco quando olhava a dimensão do buraco e sua reação durante a entrevista viralizou.
"Na época, eu fiquei nervosa, minha pressão subiu muito. Quando eu cheguei em casa, minha sobrinha que é jornalista disse: 'você virou meme'. Aí eu disse: 'agora pronto'. Nem sabia o que era meme na época", relembra Célia.
Reveja reportagem de 2017 que originou o meme 'tô passada, chocada'.
Outros casos na mesma avenida
Em julho de 2017, o asfalto cedeu e formou duas crateras em cruzamentos da Avenidas Expedicionários. Os buracos foram registrados nos cruzamentos com a Avenida Júlia Freire e com a Rua Silvio Almeida. Segundo o então coordenador da Defesa Civil municipal, o problema foi causado pelo rompimento de uma tubulação.
Em fevereiro de 2021, uma cratera se abriu na Avenida Expedicionários, também após chuvas na região. De acordo com a Cagepa, um coletor tronco da rede de esgotamento sanitário, com sete metros de profundidade, rompeu e causou o problema.
Em outro trecho da Avenida Expedicionários, uma cratera se abriu no dia 1º de setembro de 2021. De acordo com a Cagepa, a cratera se abriu por conta de um rompimento na rede coletora de esgotos, que bombeia os dejetos da Estação Elevatória da Beira-Rio até a Estação de Tratamento no Baixo Roger.
Uma nova cratera se abriu na região em julho de 2022, por causa do rompimento de uma tubulação de esgoto que passa no local, segundo a Cagepa.
Problema pode estar relacionado ao calcário
De acordo com Saulo Vital, professor da UFPB e especialista em geomorfologia, foram realizadas duas teses em 2015 e 2020 tratando sobre a origem das depressões em João Pessoa, que tem ligação com o calcário em sub-superfície, e não apenas um problema com a tubulação do local.
"É uma rocha que entra em estado de dissolução. A rocha que está sob o calcário, uma rocha mal consolidada, do grupo barreiras, arena argilosa, ela também tem lentes que podem entrar em dissolução", explica.
Ainda conforme o especialista, é preciso realizar um levantamento geofísico para ver como está a situação das galerias e também analisar se está havendo alguma interferência na formação das crateras. "Além de fazer um planejamento com intervenção nos locais onde ocorrem essas crateras com mais frequência", completa.
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